Participação lusófona na COP30 foca em financiamento, reforça cooperação e prepara implementação
Os países de língua portuguesa aderiram ao Mutirão convocado pela presidência Brasileira da COP30, com uma agenda de eventos muito dinâmica, aproveitando a hospitalidade dos pavilhões de Angola e Portugal.
O tema em destaque foram os mecanismos de financiamento climático, com a apresentação da Estratégia Nacional de Financiamento Climático (ENFC) de Moçambique e dinamização de um debate sobre acesso aos Fundos Climáticos, a par da apresentação da nova Marcação Orçamental Climática de Cabo Verde. Outras soluções de financiamento como mercados de carbono e o papel da banca nacional foram igualmente debatidas em eventos promovidos por Angola e São Tomé e Príncipe.
O evento sobre conversão de dívida para acção climática dinamizado por Portugal, deixou patente a vontade e possibilidade de cooperação entre países lusófonos, a que se junta a promessa de financiamento de 1,5 milhões de euros para transparência nas políticas climáticas dos países lusófonos.
Por esta razão, o compromisso do acordo final da COP de triplicar o financiamento climático até 2035 é uma oportunidade que os países da CPLP estão agora mais aptos a aproveitar.
A Comissão Temática de Energia e Clima dos Observadores Consultivos da CPLP, coordenada pela ALER e subcoordenada pela RELOP, marcou presença em Belém para a apresentação internacional do Roteiro de Cooperação 2030 em Energia e Clima nos Países da CPLP. Desenvolvido ao longo de 2025, o Roteiro é o resultado de um ciclo de diálogo e cooperação, no âmbito da Série de Seminários de Energia e Clima da CPLP. Estruturado em quatro eixos estratégicos, o documento serve como ponto de partida e representa o contributo da Comissão Temática para identificação, coordenação e implementação de acções conjuntas.
Se a COP30 ambicionou ser a “COP da Implementação”, os países da CPLP mostraram que já iniciaram esse caminho e entraram uma nova fase: com estratégias, parcerias e ambição alinhada para converter compromissos em resultados concretos.
Esperamos encontrar-nos na COP31 em Antália para demonstrar esta implementação e partilhar o impacto do Roteiro de Cooperação, com expectativas ambiciosas de que aconteça num pavilhão dedicado à CPLP.
